quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Casos de HIV/Aids aumentam quase 40% no RN; crescimento em gestantes ultrapassa 70%

 


Os casos de HIV cresceram aproximadamente 40% no Rio Grande do Norte nos últimos 10 anos. O aumento é ainda mais substancial quando se trata das gestantes infectadas pelo vírus: 74%. Os óbitos também se tornaram mais ocorrentes em 19,4%. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).


Apenas em Natal, segundo informações publicadas no último boletim epidemiológico da Prefeitura da Capital potiguar, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até agosto de 2022, 1.482 novos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), dos quais 304 casos foram de HIV/Aids. A taxa de mortalidade de Aids adulto na capital, no mesmo período, aumentou 41,6%, quando comparado ao ano anterior.

O infectologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Claudio Penido Campos Jr, explica que o diagnóstico precoce de infecção pelo vírus HIV é fundamental. “Quando iniciado logo, o tratamento é capaz, na maioria dos casos, de tornar o indivíduo indetectável, ou seja, ele não vai mais transmitir o vírus, tampouco desenvolver Aids, e o mais importante: vai levar uma vida normal”, afirma.
 
O relatório anual de 2022 do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), divulgado em setembro deste ano, mostra que o número de casos de pessoas que vivem com HIV, no Brasil, dobrou nos últimos 20 anos, e 12% do total desconhecem que têm o vírus. 
 
Em números absolutos, o relatório estima que 400 mil adultos e crianças viviam com HIV no Brasil em 2002. Vinte anos depois, são 960 mil. O documento inclui o Brasil entre os 38 países do mundo com estimativas de aumento de novas infecções por HIV e que impactam no progresso global de redução de casos.
 
O Dia Mundial de Combate à Aids foi comemorado em 1º de dezembro e tem por função alertar toda a sociedade sobre essa doença. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e é celebrada anualmente desde 1988, no Brasil.

“É uma doença de difícil controle. Depende do comportamento das pessoas. Há uma queda no uso de preservativos, principalmente entre os jovens. Em 2020, houve queda no número de testes e aumento na identificação de casos. Depende muito de cada um. Ações nas escolas, de forma educativa para os adolescentes, são muito importantes. Quanto mais informação, melhor é a prevenção. Isso não tem sido realizado nas escolas públicas e privadas, por exemplo. O estado está preparado para esse aumento de demanda de casos, para atendimento de pacientes com HIV e Aids, com distribuição gratuita de medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde. O ideal, porém, é conscientizar a população para a prevenção. Não é porque a Aids não mata mais como antes que as pessoas devem perder o medo de contrair a doença”, frisa Amanda Dantas, técnica do Programa Estadual de IST, Aids e Hepatites Virais da Sesap/RN.

A preceptora médica infectologista do ISD, Manoella Alves, faz um alerta em relação ao aumento de casos de infecção pelo HIV entre os mais jovens. “Infelizmente, no estado, assim como no país, a gente tem uma grande quantidade de jovens se infectando. Uma faixa etária entre 20 e 29 anos, na qual eu tenho feito muitos diagnósticos. O que é uma pena. Além de todo o trabalho para que esse jovem se proteja no ato sexual, existe a PREP, que é a Profilaxia Pré-Exposição. Esse programa existe dentro do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressalta.

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