quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Secretário de Segurança de Goiás classifica vídeos que mostram agressões a presos como 'absurdos' e anuncia mudanças

 MP apura agressões contra detentos em presídios de Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

Pelo menos seis servidores envolvidos nas agressões a presos em unidades prisionais de Goiás, que foram registradas em vídeos (assista acima), já foram identificados, segundo informou nesta quinta-feira (30) o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreri. Ele destacou que dois deles já foram afastados e classificou as imagens como “absurdas”.
Balestreri destacou que teve acesso aos vídeos na última semana e, imediatamente, pediu a identificação dos servidores, que atuam no Gope (Grupo de Operações Penitenciárias Especiais).
"Nos vídeos aparecem pelo menos seis servidores do Gope. O coordenador da época e o subcoordenador foram identificamos com menos de uma hora após acesso aos vídeos e já afastados. As imagens absurdas foram mandadas para a perícia e dois dias depois conseguimos identificar os outros, com exceção de um que não trabalha mais no sistema penitenciário, mas também vai responder pelos atos", disse.
O secretário ressaltou que os vídeos foram gravados há mais de um ano e que, atualmente, não há registro dessas práticas no sistema prisional. Mesmo assim, a secretaria vai "triplicar" os cuidados para que isso não ocorra novamente.
"Vamos reforçar o processo de formação dos agentes. Além disso, as armas de choque têm um software que permite identificar quantas vezes ela foi disparada, em que dia, por quem, então vamos aumentar o monitoramento dessas informações, sendo possível questionar se elas estão sendo usadas em excesso ou não. Além disso, estamos estudando ampliar o sistema de câmeras dos presídios, com a possibilidade de colocar um terminal até na minha sala, para evitar que essas situações ocorram novamente", garantiu Balestreri.

Denúncias

As agressões aos presos foram denunciadas ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que abriu um inquérito para apurar os casos. Imagens entregues ao órgão mostram casos de reeducandos tomando choques de agentes do Gope, mesmo sem apresentar nenhuma reação.
No presídio de São Luís de Montes Belos, no centro de Goiás, é possível ver um preso gritando antes de levar um choque quando está sentado no chão.
Já em Jataí, no sudoeste, uma cena parecida foi flagrada. O detento estava dormindo quando os agentes entram na cela. Eles disparam duas vezes contra o homem, que cai da cama.
Outro caso ocorreu em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Um detento sentado leva um choque. Ele levanta e leva outro.
G1\RN

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